Poema às massas


Amassa a massa o padeiro,

vende massa o merceeiro,

usa a massa o vidraceiro

e também o cozinheiro.

Na Avenida e no Rossio

passam massas populares,

as canções que as massas cantam

vão voando pelos ares.

Ó ladrão, senhor ladrão,

responda, mas não se zangue,

 a mania de roubar

está-lhe no sangue?

Perdi todo o meu dinheiro,

fui pedir massa emprestada,

mas a massa que me deram,

vejam – foi massa folhada!

Uma massa, outra massa …

Com tanta massa amassada,

digam lá se este poema

não é mesmo uma maçada!

Texto de : Luísa Ducla Soares (1990)

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