Arquivo

Monthly Archives: Abril 2013


5- Bernardo libertou a fada e ela ficou tão contente que lhe quis dar uma recompensa. E e perguntou-lhe qual era a coisa que ele mais desejava.

– O que eu mais queria era poder voar. Uma vez que fosse – disse o rapaz imediatamente.

A pequena fada abanou as asas durante algum tempo. Mas depois decidiu-se.

– Está bem. Devo.-te um favor e vou fazer-te a vontade.Podes voar três vezes em toda a tua vida. Mas não te esqueças que são só três vezes.

6-  O Bernardo nem queria acreditar. Quando a fada se foi embora deu um saltinho e sentiu-se leve. Depois voou sobre as árvores, os rios e as casas. Passou por cima da torre mais alta e entrou no palácio. Sem usar portas ou  janelas nem subir muros ou muralhas. Toda a gente o aclamou, menos o rei que não esperava que lá ver chegar ninguém.

Por sua vez, a princesa Sofia apaixonou-se por Bernardo assim que o viu, E pediu ao pai para o aceitar como seu noivo.

O rei, que tinha dado a sua palavra ficou atrapalhado:

– Amanhã se verá – respondeu ele, já a magicar numa maneira de se livrar do rapaz.

7- Bernardo foi convidado a passar aquela noite no palácio. Deram-lhe o melhor aposento, apenas reservado aos hóspedes ilustres do rei.

Mas Bernardo estava desconfiado e resolveu meter-se debaixo da cama com os olhos bem abertos. “(cont.)

texto de : Álvaro Magalhães


3- Mesmo assim, os pretendentes à mão da princesa não paravam de chegar. O rei já estava farto de os aturar que pensou num estratagema para se livrar deles. E um dia veio à varanda dizer:

– Só concedo a mão da minha filha a quem for capaz de entrar no palácio sem usar portas ou janelas nem subir muros nem muralhas.

Depois riu-se baixinho. Era impossível entrar num palácio sem usar portas e janelas nem subir muros ou muralhas.

Mas nem assim os pretendentes desistiram. Trouxeram maquinetas esquisitas e tentaram voar. Nem um só, porém descolou do chão. E alguns, esborracharam o nariz contra as muralhas.

4- Bernardo estava a rachar lenha, quando a notícia lhe chegou aos ouvidos. Largou imediatamente o machado e disse para si mesmo:

– Também vou tentar a minha sorte.

A madrasta ameaçou nunca mais o receber e os meios-irmãos riram-se dele. Mas Bernardo não mudou de ideias. Fez uma trouxa e pôs-se a caminho.

Andou a tarde toda. Já muito perto da palácio, quando descansava à sombra de uma árvore, ouviu um gemido que vinha da ramagem. Subiu tronco acima e lá no alto encontrou uma pequena fada. Não era maior de que uma noz e tinha ficado presa entre dois ramos.

– Tira-me daqui – pediu ela numa voz que soava como uma orquestra de pequeníssimos sinos. “(cont.)

texto de : Álvaro Magalhães


1- Numa pequena aldeia vivia Bernardo, um rapaz muito pobre que já não tinha pai nem mãe. A madrasta era uma mulher má que o obrigava a cortar lenha no bosque durante todo o dia. Bernardo trabalhava até cair enquanto os dois filhos dela levavam uma vida regalada e ainda faziam chacota.

Só à noite, quando todos dormiam, ele tinha descanso. Sentava- se então no parapeito da janela e sonhava de olhos abertos. Lá muito longe, o palácio real era só um pontinho de luz no meio do escuro. Mas isso que interessava? Ali morava Sofia, a mais bela princesa que a Terra já tinha visto.

2- Era tal a fama da sua beleza que não havia dia que não chegasse ao palácio um famoso príncipe ou um nobre cavaleiro. Tal como muitos outros, vinham pedir a princesa em casamento. Mas o velho rei tinha mau feitio que os escorraçava a todos. Dizia a ele:

– Não há nenhum homem no mundo que mereça casar com a minha filha! (cont.)

texto de : Álvaro Magalhães


Dorme a cigarra

no alto do poste

nem tem medo

do vento forte.

 

No mês passado

voou pro norte

caiu no pote

deu muita sorte

quase que morre!

 

Esta semana 

voltou com garra

fez algazarra.

Agora dorme

longe da farra.

 

Muito danada 

esta cigarra,

 

Texto de : Neuda Mendes
(recolha feita por Clara )


“- Ouve, gato – pediu a rainha. Debruça-te um bocadinho na beira do telhado. Mas, cuidado não vás cair!

– Miau! Ah ! Isso não, senhora do pentinho de arco-íris.

– Espreita lá para baixo – tornou a rainha.- Espreita para aquela janela que tem uma luz amarela. Estás a ver?

– Miau! Estou a  ver um menino a adormecer – e os olhos do gato brilharam  mais verde ainda.

– Debaixo de cada telhado – tornou a rainha a sorrir – há pelo menos, um menino a dormir um soninho descansado.

O gato, então, soltou um suspiro, aliviado, profundo : – És mesmo rainha! Gostas dos meninos do mundo!

E os olhos verdes esmeraldas do gato luziam a rir, luzia na mão da rainha o pentinho arco-íris.

Luziam. E os meninos dormiam. Sorriam a dormir. E quem quiser mais saber, vá atrás da rainha e do gato a correr.”

Texto de Matilde Rosa Araújo