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“A meio da noite viu chegar dois guardas armados que vinham preparados para o matar e correu para a janela. Tinha chegado a altura de voar pela segunda vez. Os guardas lançaram-lhe flechas mas Bernardo voou ainda mais alto. E só voltou a assentar os pés em terra quando já não avistava as luzes do palácio.

8- O rei ficou tão furioso que mandou chamar o feiticeiro.

– Transforma-o numa coisa que não se mexa! – gritou ele, vermelho que nem um pimento.

O feiticeiro vestiu-se  de pedinte e esperou Bernardo numa curva do caminho.

– Quem és tu ? – perguntou, quando o rapaz ia a passar.

– Eu sou o Bernardo – disse Bernardo.  E acrescentou pesaroso : – Um infeliz lenhador.

– Ai, sim ? – disse o feiticeiro arregalando os seus dois grandes olhos, que deitavam lume.- Nesse caso, vou transformar-te num machado.

E assim foi. Bernardo transformou-se num machado e ficou caído à beira do caminho. No palácio deram-no por desaparecido e a princesa fechou-se na torre mais alta, a chorar.

9- No dia seguinte passou por aquela estrada uma velhinha que andava a apanhar gravetos e encontrou o machado. Levou-o com ela para casa e encostou-o à lareira.

– Para que quero eu um machado, se já não tenho forças para rachar lenha? – queixou-se ela à noite, antes de se deitar.

Mas de manhã, quando acordou, viu uma grande pilha de penha rachada em frente à lareira.

10- Intrigada, a velhinha foi pedir conselho a uma bruxa que vivia no outro lado da floresta e levou-lhe  um cesto com seis ovos cozidos.” (cont)

texto de : Álvaro Magalhães


Quatro grandes janelas pode ter essa casa,

a olhar para a rua, a ver quem vem e vai…

Cai a chuva e pergunta “Posso entrar ?”

Chega o calor e diz “Eu trago histórias

de fadas e princesas  para contar!”

Cinco. Cinco telhas não fazem um telhado.

Só muitas telhas fazem bom abrigo.

Na beira de uma beiral de cinco telhas

uma andorinha ensaia o seu primeiro voo.

Deus queira que ela voe e que não caía !

Seis pedras. Seiscentas. Seis mil pedras,

De pedrinhas se faz a chaminé.

Sai o fumo por ela: alguém cozinha

ou se  aquece à lareira lá em casa.

Que bom ter uma casa à nossa beira!

Texto de: Maria Alberta Menéres